• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Nova fase da reforma tributária começa agora; entenda o que vem por aí

Congresso aguarda envio de projetos de lei que vão regulamentar o novo sistema de impostos do país

O governo deverá enviar ao Congresso projetos de leis complementares necessários para a regulamentação da aguardada reforma tributária.

Assim, esses projetos marcam uma nova fase do sistema de impostos no Brasil e são fundamentais para implementação das mudanças.

Afinal, eles irão definir as regras e processos pelos quais os novos tributos terão suas administrações e cobranças, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.

“A emenda constitucional que ‘reformou’ o sistema tributário na Constituição não é autoexecutável. Por isso, a reforma depende de lei complementar para ser implementada. Sem a redação da lei complementar não se pode cobrar o IBS e nem a CBS, por exemplo”. É o que diz Ubaldo Juveniz Junior, advogado tributarista e professor da PUC-SP.

Reforma tributária: Congresso aguarda duas propostas

Então, o Congresso aguarda ao menos duas propostas oriundas do Poder Executivo.

Dessa maneira, a primeira deverá unificar em um projeto de lei complementar as normas da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).

“Este projeto abordará a regulamentação dos novos impostos que substituirão o PIS, a Cofins e o IPI, além de detalhar a transição e os critérios de distribuição da receita para estados e municípios. Essa lei é crucial para estabelecer a base do novo sistema tributário, que busca simplificar a complexa estrutura atual”, diz Renato Munduruca, advogado tributarista.

Assim, a segunda proposta deverá prever a regulamentação do Comitê Gestor do IBS e do Imposto Seletivo.

“Já este tratará do comitê gestor, que será um órgão gerido conjuntamente pelos estados e municípios, responsável pela arrecadação do IBS. Além disso, o projeto também regulamentará o Imposto Seletivo, um novo tributo federal que incidirá sobre determinados bens e serviços específicos”, completa Munduruca.

Atraso sem impactar o cronograma

Mesmo com a ânsia pelas alterações no sistema de tributos brasileiro, tais programas, que deveriam ter envios à casa nesta semana, deverão atrasar em mais sete dias.

Essa alteração, contudo, não deverá impactar o cronograma da reforma.

“O atraso na aprovação da lei complementar, em uma ou mais semanas, não interfere na implementação efetiva da reforma, pois a CBS só entra em vigor em 2027 e o IBS só será definitivamente implementado em 2033. Entre 2027 e 2033 a CBS conviverá com o ICMS e o ISS, até que estes últimos sejam extintos em 2033”, afirma Ubaldo Junior.

Congresso também trabalha em projetos

Assim, além dos projetos que deverão ter apresentações pelo governo, o Congresso também discute a regulamentação por meio de grupos de trabalho paralelos (GTs).

Na semana passada, os GTs propuseram, dentre outras coisas, que a fiscalização do IBS e da CBS seja realizada de forma conjunta por todas as administrações tributárias.

Além disso, a proposta prevê que os tributos sejam apurados de forma centralizada e recolhidos em guia única por meio de portal eletrônico.

Já na quarta-feira (17), os deputados defenderam, em audiência pública, 13 projetos de lei apresentados para regulamentação da reforma tributária.

Assim, eles visam regulamentar, por exemplo, os regimes específicos de combustíveis e biocombustíveis; da tributação de bens imóveis, entre outros.

Para o tributarista Morvan Meirelles Costa Junior ainda há um longo caminho para que o governo e o Congresso regulamentem todas as alterações previstas na reforma.

A preocupação, no entanto, é que não haja um entendimento de quantas leis serão necessárias para finalmente regulamentar as alterações tributárias no Brasil.

Duas leis complementares podem ser suficientes

“Ainda que a emenda não tenha definido qual a quantidade de leis complementares para essa regulamentação, por ora o Executivo entende que duas leis complementares deverão ser suficientes para definir com melhor propriedade as muitas matérias que demandam maior detalhamento”, afirma.

“A lista de regulamentações necessárias é longa. Vai desde a definição dos critérios para formação e deliberação do comitê gestor de um dos tributos criados; a definição do que é destino, o que definirá a competência de um ente para a cobrança dos tributos considerados; à definição dos produtos que comporão a cesta básica isenta, para citar alguns exemplos”, completa.

Segundo Renato Munduruca, apesar da ansiedade para a aprovação da reforma, o debate amplo sobre os temas se faz necessário. Isso como forma de inibir qualquer veto que venha a derrubar as alterações no Congresso, principal ponto de preocupação dos especialistas até agora.

“O processo de envio e discussão desses projetos no Congresso permite que diversos stakeholders, incluindo representantes de estados, municípios e do setor privado, participem e contribuam para o formato final da reforma. Isso é importante para garantir que a reforma atenda de forma equilibrada aos interesses de diferentes grupos e regiões do país”, diz.

Vinícius Pereira, repórter freelancer do JOTA