• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Troca de comando do Carf é lamentada por tributaristas

Tribunal será presidido pelo auditor fiscal Carlos Higino Ribeiro de Alencar (foto), que não tem experiência no órgão

A dança de cadeiras no novo governo atingiu o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O tribunal administrativo responsável por julgar litígios envolvendo tributos administrados pela Receita Federal será presidido pelo auditor fiscal Carlos Higino Ribeiro de Alencar, em substituição a Carlos Henrique de Oliveira, que havia assumido o comando do órgão em junho de 2022.

E as primeiras medidas à frente do tribunal acabam de ser anunciadas. Por meio da Portaria Carf/ME nº 455, ficam suspensas as sessões de julgamento, marcadas para janeiro, das Turmas Ordinárias e Extraordinárias da 1ª Seção de Julgamento; das Turmas Ordinárias e Extraordinárias da 2ª Seção de Julgamento; das Turmas Ordinárias e Extraordinárias da 3ª Seção de Julgamento; da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais- CSRF; da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais- CSRF; da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais- CSRF.

O novo presidente é graduado em economia pela Universidade de São Paulo (1994) e em direito pela Universidade Federal do Ceará (2003). É mestre em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – IDP (2009) e doutor em direito pelo Centro Universitário de Brasília (2022).

Carlos Higino Ribeiro de Alencar atuou como diretor, coordenador-geral e chefe de divisão na Receita Federal, além de representar a instituição como membro titular do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Subsídios da União (CMAS).

Fora da Receita, o indicado foi ministro interino e secretário-executivo da (CGU) Controladoria-Geral da União, secretário de estado de Transparência e Controle do Distrito Federal e secretário-executivo da (CEP) Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Ele atuou ainda como presidente do Conselho Fiscal do Serpro e da Corretora do Banco Regional de Brasília.

Legado Técnico

Apesar do pouco tempo no cargo, de junho de 2022 até o momento, o ex-presidente Carlos Henrique de Oliveira teve uma gestão marcada pela independência em suas posições durante os julgamentos, além de tomar iniciativas inovadoras para o bom funcionamento do tribunal e na redução de estoque de processos.

Por conta desse perfil técnico, conciliador e de independência, no final do ano passado, entidades empresariais enviaram ofício ao vice-presidente Geraldo Alckmin em que pediam a permanência de Oliveira no cargo. O pedido foi em vão e a troca gera um pouco de apreensão entre advogados tributaristas, sobretudo pela falta de experiência do indicado no Carf.

“Carlos Henrique de Oliveira sai sob aplausos e Carlos Higino Ribeiro de Alencar entra com a expectativa de garantir a permanência da excelência na administração do Carf”, avalia o tributarista Gustavo Brigagão, presidente do Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados) e um dos integrantes do Caef (Conselho de Altos Estudos em Finanças e Tributação), da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Na avaliação de Anete Mair Maciel Medeiros, sócia do Gaia Silva Gaede, a troca de comando não era esperada justamente pelo viés técnico que marcou a gestão passada. “Pelo fato de o Carf ser um órgão técnico, sem visibilidade política, existia a expectativa entre os advogados que acompanham o tribunal de que a atual gestão fosse mantida”, disse.

Com a troca de cadeiras, a tributarista prevê mudanças nas metodologias das audiências. Na sua opinião, as sessões virtuais devem permanecer, mas as audiências presenciais que vinham acontecendo em São Paulo tendem a ser extintas. “Espera-se que a tecnicidade de Carlos Henrique seja mantida na atual gestão”.

Fábio Calcini, tributarista do escritório Brasil Salomão, lamenta a saída de Carlos Henrique que, na sua opinião, é uma pessoa admirável, aberto ao diálogo, ético, sério e profundo conhecedor do Direito Tributário e também do Carf.

“Um perfil como este estava contribuindo para termos um tribunal administrativo técnico, ético, eficiente e imparcial. Pois em geral os presidentes que passaram pelo órgão, com raras exceções, agiam em defesa do fisco federal sem dar o devido respeito à legalidade e boa relação entre fisco e contribuinte”, avalia.