• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Cadastro positivo abre filão para empresas

Uma das apostas é nos "subcadastros", com perfis de consumidores de acordo com a demanda do cliente

Autor: Carolina MatosFonte: Folha de S.Paulo

Instituições de informação financeira aguardam a implantação do cadastro positivo no Brasil (veja quadro) com novos produtos já desenhados para oferecer aos clientes -como bancos, financeiras e varejistas.
Uma das apostas é a elaboração de "subcadastros", para traçar perfis de consumidores de acordo com a demanda das empresas.
A Serasa Experian e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) estão prontos para explorar esse mercado.
No exterior, produtos similares já são oferecidos pela Experian, em países como EUA e Reino Unido.
Nesses "recortes" do cadastro positivo, dados sobre pagamento de conta de luz, água e telefone podem ser fontes de informação sobre o histórico do consumidor.
"Isso permitiria a quem nunca tomou crédito, mas sempre pagou suas contas, entrar no mercado e também pleitear juros mais baixos", diz Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.
Assim, uma pessoa que nunca pegou empréstimo, mas sempre pagou o aluguel em dia, poderia ser um novo cliente em potencial para quem oferece financiamento imobiliário, por exemplo.
Mas vale destacar que, assim como o próprio cadastro positivo -que ainda depende de sanção do presidente Lula para vigorar-, quaisquer produtos nesse segmento também precisam de regras para funcionar.
"É necessário, por exemplo, definir como as empresas de água e luz estatais poderiam nos fornecer os dados para os novos produtos", diz Roque Pellizzaro, presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), da qual faz parte o SPC.

QUEDA DE JUROS
Os defensores do cadastro positivo argumentam que, com a implementação do banco de dados, os juros dos empréstimos tendem a cair porque as instituições que fornecem crédito poderiam avaliar melhor o risco.
"Os bons pagadores deixariam de arcar com o ônus gerado pelos inadimplentes", diz Loureiro.
De acordo com a empresa, em países que adotaram "informações positivas compartilhadas" sobre os consumidores, o risco de crédito caiu entre um terço e metade.
A Serasa projeta ainda que, com juros menores, 26 milhões de brasileiros entrariam no mercado de crédito. Isso representaria injetar R$ 1 trilhão na economia.
Ainda na avaliação da Serasa, o cadastro positivo vai contribuir para evitar uma crise de superendividamento no país, já que as instituições vão ter mais informações sobre a capacidade de pagamento das famílias.
O Brasil era o único do G20 que não tinha o cadastro positivo. E também o único entre os Brics, grupo que inclui ainda Rússia, Índia e China.
E a aprovação da proposta, na avaliação da Serasa, era urgente.
Mas Gustavo Gonçalves Gomes, sócio e especialista em direito do consumidor do escritório de advocacia Siqueira Castro, diz que o fato de o projeto ter passado no Senado sem ao menos a determinação de um prazo para entrar em vigor pode indicar demora para que o texto vire realidade.
"Implantar o cadastro positivo não é um processo tão fácil, pois envolve muitas instituições de concessão de crédito," afirma.
 

CADASTRO POSITIVO

O QUE É
Um banco de dados sobre os pagamentos feitos em dia pelos consumidores

COMO É HOJE
Hoje, existe no Brasil apenas o cadastro negativo, com informações de inadimplência

OPERAÇÃO
A ideia é que instituições do mercado de crédito -como bancos, financeiras e varejistas- compartilhem as informações positivas do histórico dos seus clientes

TRAMITAÇÃO
Projeto de lei 263 de 2004 foi aprovado no Senado; falta sanção do presidente Lula. É versão resumida, que não prevê regulamentação

OUTRO PROJETO
Outro projeto de lei mais completo sobre cadastro positivo havia sido aprovado pela Câmara, mas está parado

 

E EU COM ISSO?

Consumidor poderá ter juros mais baixos



Analistas esperam uma série de benefícios ao consumidor e ao mercado de crédito do Brasil a partir da implantação do cadastro positivo no país.
O primeiro deles é a queda dos juros cobrados nos empréstimos e financiamentos, provocada pela redução do risco de inadimplência -já que as instituições financeiras conheceriam melhor o histórico de crédito dos clientes.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) acredita que a criação do cadastro deve, também, estimular os consumidores a serem "bons pagadores", já que seu histórico de crédito será válido em todas as instituições.(CM)

 

Projeto aprovado não informa prazo e regras de implantação



A proposta de cadastro positivo aprovada no Senado provocou reações diversas entre representantes do mercado e dos consumidores.
O projeto de lei 263/2004 é uma versão mais "enxuta" de outro projeto que já havia passado pelo crivo da Câmara, mas parou.
O texto aprovado agora não especifica nem prazos para implantação do novo banco de dados nem a regulamentação que será aplicada para seu funcionamento
Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), diz que foi melhor assim. "Primeiro você autoriza e depois adota instrumentos para regulamentar."
Abram Szajman, presidente da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SP), concorda. "Se fizer tudo junto, acaba não fazendo nada", diz.
Szajman ressalta que a questão principal é a queda de juros para o consumidor.
"Assim que o cadastro entrar em vigor, cobraremos das instituições financeiras a redução de taxas", disse.
Já Maria Elisa Novais, gerente jurídica do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), diz que a aprovação do projeto no Senado "foi a pior coisa que poderia acontecer". E defende que a proposta seja vetada pelo presidente Lula.
"Deveríamos voltar para o projeto anterior, que fala de regulamentação e garante a privacidade do consumidor", afirma.
Novais ressalta que o texto aprovado altera o Código de Defesa do Consumidor, inserindo um parágrafo que fala sobre o cadastro positivo.
"Agora, há uma legitimação do cadastro positivo no Código, embora o banco de dados não tenha sido nem regulamentado", destaca.
Já Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, diz que a menção ao tema no Código faz com que a proposta fique subjugada às normas já existentes para assegurar os direitos do consumidor.
"O Código brasileiro é muito completo. Talvez nem seja necessária regulamentação só para o cadastro positivo", completa. (CM)