• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Contratação de aprendiz está na mira do Ministério Público

As micro e pequenas empresas não estão obrigadas a cumprir a exigência.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região (PRT-2), em São Paulo, vai chamar as 500 maiores empresas da capital e abrirá procedimentos para verificar o cumprimento da cota legal de contratação de menores aprendizes. A Lei 10.097, regulamentada em 2005, obriga empresas a contratar adolescentes e jovens com idade entre 14 e 24 anos em 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, do total de trabalhadores. As micro e pequenas empresas não estão obrigadas a cumprir a exigência. Como incentivo, a alíquota dos depósitos do FGTS cai de 8% para 2%.

A coordenadoria nacional do MPT também encaminhou para todas as regionais uma relação de 100 empresas e foram abertos procedimentos investigatórios em face dessas empresas.

Segundo a procuradora do trabalho Mariza Mazotti de Moraes, coordenadora do núcleo de erradicação do trabalho infantil da PRT-2, a medida foi tomada porque São Paulo tem uma "situação peculiar" por concentrar um terço da demanda total de aprendizes do País. "Adotamos esse critério e solicitamos à junta comercial uma relação das 500 maiores empresas de São Paulo, pelo capital social", afirmou a procuradora em entrevista exclusiva ao DCI. De acordo com Mariza, o Ministério Público deverá, no futuro, chegar a outras empresas, de médio porte.

A procuradora, que preferiu não informar quais empresas serão apuradas, explica que o MPT não sabe ainda se elas cumprem as cotas. Por conta das limitações do órgão, não serão instaurados os 500 procedimentos de uma vez; na capital, são quatro os procuradores do núcleo. Depois disso, há um prazo para que as empresas se manifestem e juntem documentos, e eventualmente uma fiscalização pode ser solicitada. A partir daí, é marcada uma segunda audiência e, caso a cota não tenha sido cumprida, um termo de ajustamento de conduta (TAC) é assinado. Se ela não concordar e estiver irregular, o MPT entra com ação civil pública.

Mariza Mazotti afirma que hoje são firmados mais acordos: "Não costumamos ter maiores problemas na assinatura de termos de ajustamento". As multas em TACs dependem de cada caso examinado (número de empregados e lesão) e os valores são revertidos para fundo do trabalhador ou da infância e da adolescência.

O governo federal estipulou como meta que 800 mil aprendizes sejam contratados até o fim de 2010. O objetivo, no entanto, está longe de ser cumprido: estima-se que menos de 200 mil aprendizes estejam trabalhando. "Por parte das empresas, ninguém se escusa do cumprimento da lei alegando ignorância. Falta o cumprimento espontâneo e uma fiscalização mais intensa", diagnostica a procuradora.

De acordo com o superintendente de operações do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Eduardo de Oliveira, 9.500 empresas têm parceria com a entidade de capacitação e mais de 18 mil jovens foram contratados. "Os números são tímidos, tendo em vista que é uma lei e que há um grande espaço para a contratação de milhares de jovens", afirma.

Outro projeto que deve ser colocado em prática na segunda quinzena de julho é uma parceria com os principais clubes de futebol de São Paulo para implementar um programa de formação profissional para os atletas menores de idade. A ideia é regularizar a situação e assegurar direitos dos futuros jogadores, com uma carga horária correta, autorização dos pais e contratos.

Quanto ao trabalho infantil, Mariza destaca que ele é visto principalmente no comércio informal. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, existem 4,5 milhões de crianças no mercado de trabalho (quase 610 mil em São Paulo). "O trabalho infantil é aceito culturalmente. A legislação é boa, mas é preciso a participação do poder público, família e sociedade", diz a procuradora.