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Notícia

Cinco práticas no ambiente corporativo que afetam a saúde mental

No ambiente corporativo, onde as pessoas passam grande parte do seu tempo no dia a dia, alguns maus hábitos contribuem para o adoecimento mental

Cerca de 720 milhões de pessoas sofrem com doenças mentais em todo o mundo, aproximadamente 10% de toda a população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no Brasil, 30% da população possui algum transtorno mental que afeta diretamente o convívio social, familiar ou profissional. O país é o mais ansioso do mundo, e o segundo com mais profissionais sofrendo de Burnout (dados da ISMA-BR – International Stress Management Association no Brasil).

Apesar dos números alarmantes, o brasileiro ainda negligencia facilmente o cuidado com a saúde mental, em geral, até que ela esteja bastante comprometida, de acordo com a psicóloga Lorena Soares (CRP – 11/1740), COO da Amar.elo Saúde Mental. “Muito lentamente, temos observado mudanças no que se refere à atenção ao adoecimento mental, e campanhas como a do Setembro Amarelo sem dúvida contribuem para que o tema seja desmistificado e colocado em pauta, mas ainda há um longo caminho para avançar. E grande parte da solução está na informação correta sobre o tema e na autoanálise sincera acerca dos hábitos de vida que podem estar maltratando o emocional”, diz.

No ambiente corporativo, onde as pessoas passam grande parte do seu tempo no dia a dia, alguns maus hábitos contribuem para o adoecimento mental. Lorena Soares cita cinco deles, bem conhecidos de grande parte da população:

1 – Telas em excesso

Segundo a pesquisa Vigitel Brasil publicada pelo Ministério da Saúde, com dados levantados em 2021, 66% da população adulta passa, ao menos, três horas do tempo livre por dia em frente à televisão, computador, celular ou tablets. “Se consideramos que o tempo quase integral de expediente (em média oito horas por dia) de grande parte dos brasileiros se dá em frente a um computador ou smartphone, quase metade do dia é vivido sob os efeitos das telas, da velocidade que elas trazem, da constante iluminação artificial, e isso tudo repercute na saúde mental, causando alteração no sono, irritabilidade, dificuldade de se concentrar e de acalmar a mente”, avalia.

2 – Procrastinação

A falta de organização, de planejamento e o acúmulo de tarefas no dia a dia têm levado as pessoas a deixar muita coisa para depois. Procrastinar é também uma atividade que abre portas para os sentimentos de incapacidade e culpa, sendo gatilho para a ansiedade. “No trabalho, busque ferramentas (existem várias gratuitas, inclusive) que possam ajudar na organização das tarefas, de forma que você consiga visualizar tudo o que precisa desempenhar na semana, listando por ordem de prioridade. O importante aqui é ter uma visão realista do que é possível realizar dentro do horário de trabalho, para não cair em outro hábito prejudicial, que é estender o expediente para os horários de descanso”, afirma.

3 – Falta de tempo para si mesmo

“No domingo, muita gente faz planos para iniciar a nova semana de trabalho de um jeito diferente, respeitando os horários de trabalho e lazer, tirando tempo de qualidade para cuidar de si mesmo, para praticar atividade física, ter tempo para o cada vez mais raro ócio. Mas a segunda começa frustrando o planejado e o tempo para si é adiado. Quem nunca se viu neste contexto? Mas é importante, de uma vez por todas, se colocar na agenda, antes que a doença acabe obrigando você a isso”, detalha.

4 – Tarefas demais ao mesmo tempo

Certamente muitas demandas são solicitadas no mercado de trabalho. Será que sobrecarregar a agenda com uma série de atividades que claramente não se dá conta é realmente necessário? A profissional alerta para um hábito que afeta a qualidade de vida e a leveza no ambiente corporativo: dizer sim para tudo o que for solicitado. “Aprender a dizer não é essencial para que a agenda não fique sobrecarregada e a mente exausta ao fim do dia”, recomenda.

5 – Não procurar ajuda ao identificar sinais de alerta

Saber identificar quando as coisas não vão bem e procurar ajuda, seja para reorganizar a agenda, reduzir tarefas ou mesmo para buscar um profissional de saúde que auxilie no cuidado com o emocional. Esta atitude representa força e não fraqueza. Não apenas no ambiente corporativo, mas em todos os lugares, é importante combater a psicofobia, o preconceito que se tem contra pessoas que apresentam transtornos mentais. A mente também precisa de cuidados. “Se o coração não vai bem, ninguém tem medo ou vergonha de procurar um cardiologista, então não se deve ter medo ou vergonha de buscar um profissional qualificado para tratar a mente quando ela estiver precisando”, reforça a psicóloga.

E-book gratuito

A Amar.elo Saúde Mental, startup que atua como plataforma on-line no cuidado à saúde mental no ambiente corporativo, lançou o e-book “Manual de práticas em prevenção ao suicídio – entenda como sua empresa pode lidar com esse problema onde 90% dos casos poderiam ser prevenidos com uma rede de apoio”. O material pode ser acessado gratuitamente pelo link: https://conteudo.amarelosaudemental.com.br/ebook-prevencao-ao-suicidio.