• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Ata do Copom ditará pressões sobre o BC

A expectativa é de que o documento do Copom também reforce a perspectiva de crescimento menor da economia neste ano.

Autor: Victor MartinsFonte: Correio Braziliense

Todas as atenções do mercado financeiro estão voltadas hoje para a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na qual a taxa básica de juros (Selic) caiu 0,5 ponto percentual, de 12,50% para 12% ao ano. A surpresa com a decisão da autoridade monetária foi tamanha que, mesmo depois de sete dias, muitos ainda se perguntam o que realmente pesou para o corte da Selic. Foi pressão política ou realmente há aspectos técnicos que ninguém do mercado está vendo? Em um comunicado de duas páginas, sem precedentes na história do Copom, o BC alegou um agravamento na crise mundial, que levará os Estados Unidos e a Europa à recessão. Nesse contexto, a produção e o consumo no Brasil diminuirão, derrubando, por tabela, a inflação, que atingiu 7,23% nos 12 meses terminados em agosto, a maior em seis anos.

Os analistas estão convencidos de que a ata indicará mais cortes na Selic. Pelas projeções de Ilan Goldfajn, economista-chefe do Banco Itaú Unibanco, os juros cairão a 11% até o fim do ano. Ou seja, o BC promoverá mais dois cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom. Para Zeina Latif, economista sênior do Royal Bank of Scotland, o Comitê será um pouco mais comedido, com os juros chegando em dezembro a 11,25%. Há quem aposte, porém, que a Selic já estará abaixo de 10% no primeiro trimestre de 2012. É o caso do economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, que alerta para o risco de a inflação deste ano estourar o teto da meta, de 6,5%.

A expectativa é de que o documento do Copom também reforce a perspectiva de crescimento menor da economia neste ano. Oficialmente, o BC projeta expansão de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB), mas já sinalizou como resultado mais provável um avanço de 3,5%, número que será sacramentado no relatório trimestral de inflação, com divulgação marcada para o fim deste mês. "Sabemos que todos estão de olho na ata do Copom. Mas é importante ter a certeza que o BC dará todas as explicações necessárias para dirimir qualquer dúvida sobre a queda da Selic. Não houve pressão política para o corte. Foi uma decisão técnica", disse um importante assessor do Palácio do Planalto.

Apesar de todas as justificativas do governo em defesa do BC, os analistas estão convencidos de que a autoridade monetária ampliou o horizonte de convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%. Alexandre Tombini, comandante da instituição, vem dizendo que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá sistematicamente para o objetivo definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) até o fim de 2012. Diante, porém, do que mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira — a inflação em disparada e os reajustes disseminados (64% do produtos e serviços apontaram alta) —, não há a menor possibilidade de o cenário traçado por ele se confirmar. Sobretudo porque os brasileiros estão se beneficiando do aumento da renda e aceitando pagar preços exorbitantes. No início do ano que vem, haverá a correção de 13,6% do salário mínimo, sustentando o consumo. E, do lado do governo, não há nenhuma sinalização efetiva de corte de despesas.