• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Cresce o pagamento de juros nos cartões

Crédito a juros dispara no cartão

Autor: Adriana CotiasFonte: Valor EconômicoTags: juros

O rotativo e as compras parceladas com juros no cartão de crédito disparam em fevereiro, com alta de 45,5% em comparação a igual mês de 2009, a R$ 15,1 bilhões pelos últimos dados do Banco Central (BC). Além dos efeitos sazonais, decorrentes do acúmulo de obrigações típicas de primeiros trimestres, como IPVA, IPTU, material e matrículas escolares, o salto revela a participação crescente das classes C, D e E nesse mercado, público que vem tendo acesso aos plásticos com bandeira mesmo antes de ter conta corrente. São consumidores que têm sido alvo dos correspondentes bancários e também das redes de varejo para converter unidades "private label" em cartões com bandeira, mas que ainda não assimilaram o efeito perverso dos juros ao pagar o mínimo da fatura.

 

A iniciativa dos bancos de oferecer a opção de parcelamento nos extratos mensais pode ainda estar contribuindo para inflar as concessões a juros. Instituições como Itaú, Santander, Bradesco e Panamericano têm apresentado a alternativa - com alongamento do prazo, mas no mesmo custo do rotativo. Nos anos recentes, em nenhum fevereiro observou-se taxas de crescimento dessa ordem. Os R$ 15 bilhões equiparam-se aos desembolsos de dezembro, mês de pico nas vendas do varejo, em que muitos consumidores optam pelo parcelamento na hora da compra.

Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Paulo Caffarelli, com a inclusão de novas faixas socioeconômicas aos portfólios é natural que haja um repique no rotativo. Em março, só as transações a crédito movimentaram R$ 23,8 bilhões, com crescimento de 23% sobre igual mês em 2009. A base chegava a 141 milhões de plásticos. "A ascendência das classes C, D e E está trazendo um público ainda não bancarizado para o mercado e há aí um processo de aprendizagem a se cumprir", diz. Essa pode ser uma tendência, já que grandes bancos, como o próprio Banco do Brasil, instituição onde responde pela vice-presidência de Cartões e Novos Negócios, Caixa Econômica Federal e Bradesco têm empreendido esforços para chegar às camadas menos privilegiadas da população. "Até 2020 serão mais de 100 milhões de brasileiros com acesso a produtos financeiros e há uma expectativa fantástica para o mercado de cartões."

Na divisão do bolo, a classe C já representa 38% da base de cartões crédito no mercado, enquanto as classes D e E respondem por uma fatia de 20%. Entre os cartões de loja, essa proporção é de 26% na classe C e de 15% nas D e E.

O maior ritmo de crescimento das operações a juros não prejudica a dinâmica de expansão do setor junto aos públicos emergentes, assegura Cafarelli, já que só um terço dos consumidores recorre a essa forma de financiamento. A inadimplência, que no rotativo e no parcelado com juros chegou a 28,3% em julho, hoje está na casa dos 24%. Considerando-se os atrasos acima de 90 dias sobre o saldo total de crédito em cartões, de R$ 89,8 bilhões - valor que considera o parcelado sem juros e os créditos a faturar em curso normal -, a taxa recuou de 9,3% em fevereiro de 2009 para 7,4%. O prazo médio das operações diminuiu de 54 para 30 dias.

Já a política das instituições de parcelar a fatura para o cliente sair do risco de rodar mensalmente no mínimo tem sido uma atitude preventiva para evitar novos saltos da inadimplência, conta o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Adalberto Savioli, diretor do Panamericano. "Quando propõe o parcelamento, o banco está preservando o cliente e a receita, porque o rotativo pode deixar você feliz um ou dois meses, no terceiro você fica preocupado e no quarto triste porque o devedor não vai conseguir pagar." No parcelado, a inadimplência se equipara à do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), que tinha atrasos equivalentes a 10,5% em fevereiro.