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Notícia

Corrida para o Natal começou. Vendas disparam.

Procura por presentes lotou ruas e centros comerciais. Em alguns shoppings, achar uma vaga no estacionamento foi uma aventura. Na 25 de Março, o congestionamento era de gente.

Fonte: Diário do ComércioTags: economia

Vanessa Rosal

Os consumidores paulistanos estão fazendo contagem regressiva para o Natal. Ainda faltam 24 dias até a chegada do período mais festejado pelo varejo, mas as vendas de novembro já aumentaram cerca de 20% em relação a igual período de 2008, quando a crise financeira afetou o desempenho dos setor. A procura por presentes lotou ruas e centros comerciais da cidade.


No Shopping Eldorado, achar uma vaga no estacionamento foi uma verdadeira aventura. Filas quilométricas e quase meia hora de espera por uma vaga irritaram os consumidores. Já na rua 25 de Março, o congestionamento foi mesmo é de gente. Por todos os lados, nas ruas paralelas e pela saída do metrô São Bento, pessoas andavam apressadas em busca do presente perfeito.


De acordo com a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), a expectativa dos comerciantes é de que as vendas aumentem entre 5% e 7% ante igual período do ano passado, com destaque para itens de menor valor, como calçados, tecidos, brinquedos e enfeites de natal. O movimento é intenso desde o início do mês. No sábado, cerca de 1,5 milhão de consumidores visitaram o maior shopping a céu aberto da América Latina.


Quem arriscou antecipar as compras de final de ano se deparou com uma multidão já na descida da ladeira Porto Geral, principal via de acesso à rua 25 de Março. "Meu Deus, isso aqui é uma loucura. Mas os preços baixos compensam qualquer sacrifício", disse a dona de casa Ivone Pereira dos Santos, enquanto carregava  duas enormes sacolas da loja Armarinhos Fernando. "Preciso agradar toda a família".


A vontade de surpreender parentes e amigos com mimos na madrugada do dia 24 de dezembro faz muita gente colocar a mão na massa. Literalmente. Segundo a psicóloga Heloísa Arruda, o importante não é o valor pago pela mercadoria, mas a exclusividade do presente. "O que vale é a criatividade. Por isso vim com a minha mãe comprar tecidos para fazer toalhas de mesa diferentes das que encontramos no mercado", afirmou.


O gerente da  loja Niazi Chohfi, Thiago Nery Facchin, concorda com o discurso de Heloísa. Junto com ela, outras 1,5 mil pessoas entraram no estabelecimento no sábado, atrás de matéria prima para costurar um presente de Natal. "Estamos muito otimistas com a chegada do 13º salário e com a disposição dos consumidores em efetuarem pagamento à vista." Segundo ele, metade do público prefere evitar dívidas. "Eles ainda estão cautelosos por causa da crise financeira, mas não deixam de gastar."


Próximo dali, na loja Du Careca, o gerente Wagner Dantas estava satisfeito com o tíquete médio de quem entrava no local. Segundo ele, as vendas de Natal já estão cerca de 20% maiores em relação ao ano passado. "As pessoas acabam gastando até R$ 200 em brincos, colares e pulseiras. Levam presentes para todas as mulheres da família."
 
É o caso da enfermeira Gisele Andrade, que enfrentou filas e empurrões até chegar à loja de bijuterias. "Foi um sufoco entrar aqui com tanta gente na rua. Fora o calor, que está insuportável. Mas a variedade e o preço da 25 de Março são imbatíveis. Vou aproveitar e comprar tudo o que preciso por aqui mesmo."


Na Armarinhos Vaz Martins, a disputa foi por enfeites de Natal. De lá, os consumidores saiam carregados de sacolas com árvores artificiais, bolas coloridas, guirlandas e outros acessórios típicos da data comemorativa.


De acordo com o diretor Rogério Trama Vaz Martins, cerca de mil pessoas entram por dia na loja nesta época do ano. "Todo mundo quer deixar a casa bonita para receber pessoas queridas. Esta é a melhor e a mais bonita data do ano." E também a mais lucrativa.


Segundo uma projeção feita pela consultoria MB Associados, o  faturamento real do comércio em dezembro deste ano deve atignir a R$ 91,9 bilhões. Se comparado com igual mês de 2008, o acréscimo de vendas esperado é de cerca de R$ 10,4 bilhões, ou uma cifra dez vezes maior que a expansão na receita das lojas registrada no ano passado.