• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Reforma trabalhista: urgente e necessária

Em artigo, Eduardo Pocetti fala sobre os custos com pessoal

Autor: Eduardo PocettiFonte: FinancialWeb

Volta e meia, reaparece na minha caixa de mensagens um e-mail com o título sensacionalista: “Congresso Nacional aprova fim do 13º salário”. No texto, há um clamor pela volta dos “caras-pintadas”, que, na concepção do remetente anônimo, deveriam tomar novamente as ruas, como na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, a fim de protestar contra a pretensa “bandalheira”.

O e-mail fictício também lista os nomes de diversos políticos, de partidos variados, que seriam os signatários da tal lei maligna. É curioso notar que entre os “malfeitores” incluem-se alguns que já faleceram e outros que sequer estão em exercício na atual legislatura.

Lendas urbanas como esta são um folclore da Internet. Às vezes são inofensivas, mas há ocasiões em que causam danos – é provável, por exemplo, que muitos dos deputados “denunciados” neste caso acabem perdendo votos em outubro próximo. E por um ato que não cometeram!

Mas o que chama mais minha atenção, neste caso específico, é a ideia de que o fim do 13º salário seria um atentado contra a classe trabalhadora.

Não é nova a discussão em torno da necessidade de se realizar uma reforma trabalhista no Brasil. Concebida sob os auspícios do populismo varguista, a Consolidação das Leis do Trabalho estabeleceu uma série de benesses que foram aperfeiçoadas e multiplicadas pela Constituição promulgada em 1988.

Criadas com o intuito de proteger o trabalhador, essas leis não têm cumprido o papel que delas se esperava. Na prática, elas desmotivam potenciais investidores e oneram os empresários, penalizando especialmente aqueles que mantêm negócios de micro e de pequeno porte – e que respondem por mais de 67% dos empregos gerados anualmente no País. Para sobreviverem, esses modestos empreendedores recorrem a subterfúgios, como os contratos informais de trabalho. Resulta, dessa forma, que as leis que deveriam proteger acabam por empurrar o trabalhador para o universo da informalidade.

Outro efeito nefasto da legislação trabalhista draconiana é a excessiva judicialização das relações de trabalho. Questões pertinentes ao reconhecimento de horas extras e de vínculos empregatícios são levadas com enorme frequencia às instâncias jurídicas, sobrecarregando o sistema. Isso atravanca o País.

É evidente, portanto, que uma reforma trabalhista é tão urgente e necessária quanto a reforma tributária. Não se trata, absolutamente, de defender a precarização ou a perda de direitos adquiridos, mas de adequar a nossa realidade às demandas de um mundo que a cada dia se torna mais dinâmico, competitivo e globalizado.

O que tem impedido o Brasil de entrar nessa seara é justamente o temor da perda da popularidade, que, não sem razão, assombra os políticos. Só que, acima dos interesses eleitorais, deve estar o bem do País e sua sustentabilidade.

Em outras palavras, os direitos do trabalhador podem e devem ser uma ferramenta para o desenvolvimento, jamais o seu oposto.

* Eduardo Pocetti é CEO da BDO, quinta maior empresa do mundo em auditoria, tributos e advisory services