• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Quando o fundador deve se afastar de sua empresa?

Essa é uma pergunta tão delicada e importante que deveria ser mais freqüente nas organizações.

Autor: Pedro Podboi Adachi

Autor: Pedro Podboi Adachi

Essa é uma pergunta tão delicada e importante que deveria ser mais freqüente nas organizações. O planejamen to sucessório é ainda pouco utilizado nas empresas familiares, apesar de não ser um processo eternamente adiável. Na maioria dos casos o assunto está associado com desentendimentos e brigas, mas sua importância é tanta que pode determinar a perpetuidade ou o encerramento dos negócios. Primeiramente, vamos esclarecer o que é uma empresa familiar. Existe uma grande dificuldade em apresentar um conceito pacífico para a expressão empresa familiar. Todavia, defino como toda organização na qual uma ou poucas famílias concentram o poder de decisão envolvendo o controle da sociedade e, eventualmente, participam da gestão. Este conceito exclui poucas entidades, tais como empresas públicas, sociedades com capital totalmente pulverizado em bolsa e organizações não governamentais (ONG%u2019s), abrangendo, desta forma, cerca de 90% das organizações em todo o mundo. O planejamento sucessório costuma ser adiado, mesmo considerando a efemeridade da vida humana, o que deveria obrigar todo fundador a abordar o assunto. Os motivos que retardam a discussão do processo sucessório são inúmeros. Talvez, o principal motivo em postergar esse planejamento seja a constante ligação desse processo com a morte do fundador. Um ponto que merece destaque é a confusão entre os conceitos de herdeiro e sucessor. Enquanto herdeiro é a pessoa para qual será transmitida a propriedade de bens ou direitos em função do falecimento, seja por força de lei ou por disposição testamentária, o sucessor é a pessoa incumbida para ocupar um cargo de outrem, após comprovar sua capacidade e habilidade para assumir a função. São situações diversas, que devem ser tratadas de forma distintas, apesar de comumente estarem relacionadas com uma mesma pessoa. É compreensível ocorrer essa distorção nos papéis envolvendo o sucessor e o herdeiro, já que o Código Civil utiliza o termo Direito das Sucessões para disciplinar as normas que regem a herança, e mais ainda, a legislação determina que o inventário somente pode ser iniciado após o falecimento de alguém. Compreender a distinção desses conceitos facilita o início do planejamento sucessório na empresa e costuma, inclusive, ter reflexos positivos no relacionamento das pessoas envolvidas, já que é comum encontrar fundadores que desejam deixar a empresa para seus filhos, imaginando que a única forma disto ocorrer é fazendo do seu filho o próximo presidente da empresa. Ao perceberem a possibilidade de seus descendentes continuarem com um vínculo com a empresa, em virtude de se serem os futuros sócios, sem que exista a obrigatoriedade de serem os gestores do negócio, os fundadores se tornam mais complacentes para com os filhos, permitindo que estes busquem satisfazer suas próprias expectativas e anseios profissionais, ao invés de serem persuadidos a continuar o sonho do pai. Mesmo quando a sucessão deixa de ser um tabu entre os familiares, os fundadores costumam ficar aflitos com a questão de saber quando iniciar o processo de sucessão. A melhor orientação é que o processo de sucessão seja iniciado enquanto o sucedido estiver em plena capacidade, com energia e potência para colaborar com o sucesso do processo. É um momento difícil de identificar, já que o fundador raramente vai encarar o seu auge profissional como o ponto de começar o planejamento sucessório. Por esse e outros motivos, a sucessão é um processo demorado, complexo e delicado. Destaco que no ambiente familiar, predominam princípios puramente emocionais como a igualdade e a fraternidade, que nem sempre podem ser aplicados na gestão dos negócios, onde deve ser tomadas decisões racionais. Ter disposição para discutir esses assuntos delicados e até conflitantes não é uma tarefa fácil. De qualquer forma, não existe uma fórmula mágica que funcione para um bom planejamento sucessório. O segredo é planejar, com o apoio da família, da empresa, dos colaboradores, sem esquecer da necessidade de transparência, da disposição para enfrentar assuntos conflituosos e delicados, além de ter a consciência de se tratar de um processo que consome muito tempo.